CASA Sri Aurobindo - Núcleo para o Livre Desenvolvimento da Consciência

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Decorrente da visão de Sri Aurobindo e formulada em  termos prático-vivencias por Mira Alfassa, A Mãe. Segundo ela, tal educação abrangeria os cinco principais componentes do ser humano: o físico, o vital, o mental, o psíquico e o espiritual. A educação integral visaria "a realização simultânea de dois movimentos interligados: de um lado, o ajudar o ser a encontrar sua lei de crescimento característica e missão central e caminho, e crescer de conformidade com eles; junto com isso fazê-lo ver e com força sentir a unidade que tudo forma e como cada um de nós, integrando esta unidade, é um de seus múltiplos elementos, minúsculo em relação à imensidade do todo e, no  entanto, indispensável para seu existir..." (Rolf Gelewski, 1977).

Os Três Princípios Educacionais de Sri Aurobindo

Primeiro Princípio
Nada pode ser ensinado. O professor não é um instrutor ou um mestre de tarefas, ele é alguém que ajuda e guia.

Segundo Princípio
A mente tem que ser consultada em seu próprio crescimento.

Terceiro Princípio
Trabalhar a partir do que está perto para o que está distante, a partir do que é para o que deve ser.

 

OS TRÊS PRINCÍPIOS EDUCACIONAIS DE SRI AUROBINDO

Primeiro Princípio:  Nada pode ser ensinado. O professor não é um instrutor ou um mestre de tarefas, ele é alguém que ajuda e guia.
 “O primeiro princípio do ensinar verdadeiro é que nada pode ser ensinado. O professor não é um instrutor ou um mestre de tarefas, ele é alguém que ajuda e guia. Sua tarefa é sugerir e não impor. Ele, no fundo, não treina a mente do aluno, apenas lhe mostra como aperfeiçoar seus instrumentos de conhecimento, e o ajuda e encoraja no processo. Ele não lhe transmite conhecimento, ele lhe mostra como adquirir conhecimento por si mesmo. Ele não faz aparecer o conhecimento que está dentro, apenas lhe mostra onde se situa e como se pode habituá-lo a subir à superfície. A distinção que reserva este princípio ao ensino das mentes adolescentes e adultas e nega sua aplicação à criança, é uma doutrina conservadora e não inteligente. Criança ou homem, menino ou menina, há somente um princípio sadio de bom ensino. A diferença de idade serve apenas para diminuir ou aumentar a quantidade de ajuda e guiança necessárias; não muda sua natureza.”

Segundo Princípio: A mente tem que ser consultada em seu próprio crescimento.
 “O segundo princípio é que a mente tem que ser consultada em seu próprio crescimento. A idéia de martelar a criança até ela chegar a forma desejada pelo pai ou pelo professor é uma superstição bárbara e ignorante. É ela própria que deve ser levada a expandir-se de acordo com sua própria natureza. Não pode haver erro maior do que o pai estabelecer de antemão que seu filho deve desenvolver qualidades, capacidades, idéias, virtudes particulares, ou ser preparado para uma carreira preestabelecida. Forçar a natureza a abandonar seu próprio dharma é causar-lhe um mal permanente, mutilar seu crescimento e desfigurar sua perfeição. É uma tirania egoística sobre uma alma humana e um ferimento à nação, que perde o benefício do melhor que um homem poderia ter dado a ela, e em vez disto é forçada a aceitar algo imperfeito e artificial, de segunda mão, padronizado e comum. Cada um tem em si algo divino, algo bem seu, uma chance de perfeição e força em uma esfera por menor que seja, que Deus oferece a ele para pegar ou recusar. A tarefa é encontrar isto e desenvolvê-lo e usá-lo. O objetivo principal da educação deveria ser ajudar a alma em crescimento a extrair de si o melhor e torná-lo perfeito para um uso nobre.”

Terceiro Princípio: Trabalhar a partir do que está perto para o que está distante, a partir do que é para o que deve ser.
 “O terceiro princípio da educação é trabalhar a partir do que está perto para o que está distante, a partir do que é para o que deve ser. A base da natureza de um homem é quase sempre, em acréscimo ao passado de sua alma, sua hereditariedade, seu ambiente, sua nacionalidade, seu país, o solo do qual ele tira sustento, o ar que ele respira, as paisagens, os sons, os hábitos a que ele está acostumado. Apesar de insensivelmente, eles não o moldam menos poderosamente, e é disto, pois, que temos que começar. Não devemos arrancar a natureza pelas raízes da terra em que ela deve crescer, ou rodear a mente com imagens e idéias de uma vida que é estranha a esta em que ela deve fisicamente se mover. Se alguma coisa tem que ser introduzida de fora, ela deve ser oferecida, e não forçada sobre a mente. Um crescimento livre e natural é a condição do desenvolvimento genuíno. Existem almas que naturalmente se revoltam contra seu ambiente e parecem pertencer a outra idade e clima. Que elas sejam livres para seguir sua inclinação; mas a maioria enfraquece, torna-se vazia, torna-se artificial, se artificialmente adaptada ao molde de uma forma estranha. É o arranjo de Deus que elas pertençam a uma nação, época, sociedade particulares, que elas sejam crianças do passado, possuidoras do presente, criadoras do futuro. O passado é nossa base, o presente nosso material, e o futuro é nosso objetivo e cume.”

 

OBJETIVOS PRÁTICOS DA CASA

Traduzir para o português as obras de cunho educacional, cultural e espiritual de Sri Aurobindo, d’A Mãe, bem como de outros autores, de pensamento e visão congêneres e/ou complementares, assim como publicar trabalhos, métodos, exercícios e materiais a partir da própria experiência desenvolvida por Rolf Gelewski e pelo grupo de colaboradores da CASA;

Realizar um amplo trabalho educacional de acordo com seus princípios, mediante palestras, aulas, cursos, recitais de dança espontânea, seminários, fitas gravadas, livros e demais publicações. E ainda, manter intercâmbio e participar de eventos promovidos por instituições congêneres educacionais, culturais e espirituais;

Manter acervo bibliográfico (biblioteca para atendimento aos colaboradores e público em geral) e fitotecas de apoio ao desenvolvimento das diversas atividades;

Possibilitar às pessoas que queiram doar-se à realização dos objetivos da CASA, integrar-se aos trabalhos, cursos, treinamentos e experiências em geral, numa busca de identificação com os princípios básicos do Yoga Integral de Sri Aurobindo, assim como aceitá-las em estágios.

A casa organiza eventos idealizados por Rolf Gelewski, com cursos ministrados por integrantes da CASA, por colaboradores livres e por convidados especiais, duas vezes por ano: os “ENCONTROS CASA” em janeiro, e a “SEMANA SRI AUROBINDO” em julho. Estes eventos têm de três a cinco dias de duração, com programação intensa e diversificada, possibilitando aos participantes hospedagem e alimentação no próprio local das atividades por todo o período. Nessas ocasiões, realiza também  o “Treinamento Especial de Colaboradores” – TREINESP,  com dois a três  dias de duração, em geral antecedendo os períodos dos eventos acima. O “TREINESP” tem a finalidade de aproximar e desenvolver os vários Colaboradores das diversas cidades onde a CASA tem seus Grupos  de trabalho e também aos colaboradores isolados e é realizado sempre gratuitamente.

 

ATIVIDADES OFERECIDAS

As atividades oferecidas foram combinadas e desenvolvidas por Rolf Gelewski, em forma de Cursos, Aulas Avulsas, Palestras-Aula, Palestras-Audiovisuais, Palestras-Recitais, Exposições-Recitais, Exposições, Recitais de Dança Espontânea, Trabalhos Criativos para crianças, adolescentes e adultos, Leituras-Reflexões, que consubstanciam nossos Treinamento de Instrutores, Seminários, Cursos a Orientadores e Educadores em nossas Sede, ou Grupos ou Escolas, Universidades e outros locais, atividades estas organizadas em Belo Horizonte (MG),  Salvador (BA) e nas diversas cidades onde temos nossos Grupos de colaboradores livres, por iniciativa da CASA Sri Aurobindo  ou a convite de outras entidades particulares ou públicas e ainda por iniciativas privadas.

1. Trabalho no Corpo

Exercícios físicos para uma conscientização do corpo e uma identificação real com seu inato dinamismo e sensibilidade; desenvolvimento de suas capacidades de concentração, movimentação e expressão.

São oferecidas seqüências estruturadas de movimentos que, pela intrínseca concatenação de físico e vitalidade, possibilitam também ampliar, fortalecer, disciplinar e purificar partes da vitalidade. Importante, igualmente, a participação bem ativa da mente a qual, nestas seqüências, é chamada tanto para exercitar e intensificar seus poderes de atenção, percepção, distinção, organização e controle quanto para apoiar e crescentemente despertar a consciência no corpo.

2. Ritmo

O ritmo como energia e força reguladora inerente a tudo o que compõe nosso mundo, seu poder de ordenação do Tempo e sua multicapacidade de dinamização característica, constituem o secreto fio condutor dos trabalhos com ritmo (como no método “Proporção e Precisão”, por exemplo). Uma das finalidades deste trabalho é despertar e desenvolver as naturais faculdades e potencialidades de ritmo do ser humano, treiná-los e forjá-los e, desta forma, tanto estimular e fortalecer quanto disciplinar e modelar camadas básicas de sua vitalidade entremeadas diretamente com o físico, promovendo sua interligação com a mente que, no caso, é concebida como poder educativo, treinando, ordenando, disciplinando e desenvolvendo. A isto se acrescentam outros objetivos de caráter mais universal, visando atingir a pessoa mais psicológica e mesmo interiormente, no sentido de trabalhar poderes e qualidades como percepção e reação rápidas, paciência e vontade, as faculdades da lógica e da sensibilidade aguçada, a precisão em detalhes, o sentido de equilíbrio e de proporção, o dispor-se para um trabalho em grupo, etc.

3. Movimentação Espontânea e Criativa

Tem por finalidade conduzir o movimento corpóreo à possibilidade de manifestar espontânea e criativamente vivências nos planos vital, emocional, mental-intelectual e psíquico-interior.

Utiliza-se de recursos de apoio e realização, de elementos dos mais diversos campos da cultura humana e da vida, sempre colocando em primeiro plano a questão de seu valor sugestivo, estimulante, aprofundador, inovador, disciplinador e evolutivo para o trabalho criativo com a movimentação corpórea. Trabalha-se por exemplo, com música (percepção e análise de sua estrutura ou vivência de sua dinâmica ou de sua unidade e fluxo sustentador); dados básicos do espaço (direções e regiões fundamentais, deslocamentos e caminhos); ritmo; exercícios de concentração com movimentação reduzida; reflexões e diálogos a partir de colocações ou da leitura de textos selecionados; observação e análise de gravuras; poesias. Constituem-se afinal propostas para vivências em múltiplos níveis, abrangendo como fundamentais, os planos físico-vital, emocional e de sensibilidade, mental intelectual e interior-sutil; um chamado para auto-observação, auto-conhecimento e autoconstrução, para a criatividade e a coragem de buscar o Novo.

4. Dança Espontânea

A dança espontânea desconhece e não se prende a formas fixas. É o movimento do corpo brotando no momento de sua realização, como manifestação direta das energias do ser, nada preconcebido ou elaborado. A única convenção da dança espontânea é que não há convenção. Liberdade, totalidade e sinceridade são suas verdades primeiras: é o livre jogo de energia pura, isento de todo e qualquer intento, o deleitado jorrar do movimento, do ritmo, da dinâmica, da expressão, e então aceitar viajar tanto pela alegria, pelos ares, pela luz, pelos céus quanto pelo sentimento, pelos abismos, pela escuridão, pelos infernos. Pureza total e entrega incondicional são a essência da dança espontânea. Dança, neste sentido, não é arte, cultura, profissão ou divertimento, mas é vivência, é a própria Vida, um poder de ação da grande energia que a tudo acorda, anima e faz evoluir.

5. Trabalho Criativo

Os variados trabalhos criativos, são todos favoráveis ao despertar e desenvolvimento da capacidade inventivo-formativa, realizam-se com o intuito de levar o indivíduo a uma percepção mais profunda e mais confiante de si mesmo, à descoberta do grande potencial inerente a ele e à possibilidade de expressar-se de maneira inteiramente própria e livre, bem como a uma abertura do ser ao novo e inesperado, através de diversificados meios de realização, tais como, percepção visual, percepção motora (energética e/ou rítmica), palavra e pensamento. Correspondentemente, os recursos utilizados nestas aulas são: música, linguagem, desenho, movimentação criativa, gravuras, exercícios criativos de concentração dinâmica, jogos educativos; convidando os exercícios para atividades tanto individuais como em grupo.

6. Palestra

Explanação oral, com estímulo à participação dos assistentes, de temas de cunho filosófico-espiritual ou educacional inerentes às idéias-guias da CASA, visando conduzir os participantes a uma reflexão, percepção, aprofundamento, questionamento dos mesmos e da sua vida e do mundo e da Vida no tocante a eles. Utiliza-se, geralmente, dinâmica e criativamente recursos auxiliares como projeção de slides, músicas e experiências sonoras, pequenos exercícios de concentração ou ritmo, gravuras, fotos, pinturas e desenhos, gráficos, leitura expressiva de textos, exploração de sons, demonstrações de seqüências de movimentos e até mesmo a dança espontânea, interligando os materiais escolhidos à culminância do objetivo de cada proposta.

7. Leitura-Reflexão

Seleção de textos lidos e refletidos em conjunto segundo um tema objetivado para o trabalho

8. Concentração-Interiorização

Partindo do princípio de que tudo o que é verdadeiro deve vir de dentro e de que a vida sem ser a busca do verdadeiro não tem sentido, eixo ou centro, as aulas de concentração-interiorização atendem à urgência do ser em estar reunido em um estado ou ação: o viver inteiro, o ser inteiro. Um processo que através da vontade mental dirigida afirma e fortalece o contato com o ser interior, com o poder de calma e clareza, com a inaudita força, consciência e riqueza que residem em nós.

Isto é buscado concretamente através de seqüências estruturadas de movimentação corpórea reduzida, audição de música, contemplação de gravuras e/ou fotos, manuseio prescrito ou semi-prescrito de materiais diversos didaticamente selecionados e organizados.

9. Exposição

Como idéia, fazer exposição é um movimento que visa mostrar a multipotencialidade do homem levada à manifestação, e, como realidade, uma síntese de trabalhos nos mais diversos campos de criação artístico-cultural: dança, fotografia, pintura, visualização de idéias através de conjuntos de gravuras, visualização gráfica da forma e dinâmica musical, trabalhos de natureza editorial, tais como capas de livros, títulos elaborados para artigos, pensamentos escritos caligraficamente etc. E através de tudo isso, grandes temas se expressam tais como: “A Unidade que, Secretamente Une Tudo o que Existe e É”, ou, “As Íntimas Relações do Visível e Audível”, ou, “A Questão da Sinceridade na Criação Artística”.