A MÃE (Mira Alfassa) (1878 - 1973)
Artista e musicista francesa, continuadora do trabalho de Sri Aurobindo,
organizou e conduziu a comunidade do Sri Aurobindo Ashram. Realizando na prática
a visão do Mestre, formulou os princípios de uma Educação Integral. Em seus
últimos anos, vivenciou e descreveu processos de transformação do corpo físico,
descobrindo e experienciando a Consciência Celular e sua abertura e permeação
pela consciência mais alta, assim desbravando um caminho para a
supramentalização integral do ser.
Esteve na Índia em 1914, quando conheceu Sri Aurobindo. Retornou à França
durante a 1ª Guerra Mundial e voltou definitivamente à Índia em 1920, criando
juntamente com Sri Aurobindo o “Sri Aurobindo Ashram”. Em 1924, com a retirada
de Sri Aurobindo a um aposento do Ashram, A Mãe tomou a direção prática da
comunidade, que conduziu até sua morte. A Mãe ocupou-se em explicar o pensamento
de Aurobindo aos discípulos em termos simples, ocupou-se em orientar e coordenar
as diversas atividades do Ashram, e também a desenvolver um trabalho interior na
busca dos ideais de Sri Aurobindo. Deixou também muitos trabalhos escritos,
resultados também de suas vivências interiores.
Notas Biográficas
Nascida em Paris em 21 de fevereiro de 1878,
filha de mãe egípcia e pai turco, ambos materialistas inflexíveis. Completou
estudos de piano, pintura e matemática avançada. Em seus primeiros anos,
experiências espontâneas levaram-na a viagens fora de seu corpo, para o passado
da terra, e sem sua compreensão, levaram-na à descoberta de “vidas passadas”. Em
1897, com 19 anos, casou-se com Henri Morriset, um estudante do artista francês
Gustave Moreau, e tornou-se amiga de Rodim e também de todos os grandes artistas
do período impressionista. Com a idade de 26 anos, ela teve diversos sonhos com
Sri Aurobindo – de quem nunca tinha ouvido falar – e tomou-o como uma “divindade
Hindu”. Mais tarde fez contato com Max Theon, um caráter enigmático com poderes
ocultos extraordinários, o qual pela primeira vez deu a ela uma explicação
coerente de suas experiências e lhe ensinou ocultismo durante duas longas
visitas à Algéria. Em 1908, com 30 anos, divorciou-se de Morisset
e mergulhou no estudo de filosofia com Paul Richard, com quem em 1910 visitou
Pondicherry, uma colônia francesa na Índia onde Sri Aurobindo buscou refúgio dos
britânicos. Ela acompanhou Richard a Podicherry em 1914 e encontrou Sri
Aurobindo pela primeira vez em 29 de março: “Ele, a quem nós vimos ontem, está
na terra”.
Ela passou um ano em Pondicherry, e então
quatro anos no Japão com Richard. Retornou a Sri Aurobindo em 1920, passando
pela China.
Quando Sri Aurobindo “retirou-se” para seu quarto em 1926, para devotar-se
exclusivamente ao “yoga supramental”, ela organizou e desenvolveu o “Ashram” a
partir do nada.
Depois da partida de Sri Aurobindo em 1950,
ela fundou o “Centro Internacional de Educação” e, no decorrer de muitos anos e
incontáveis conversas com seus discípulos, tentou despertá-los para a “nova
consciência”. Finalmente, em 1958 ela retirou-se para seu quarto para chegar à
raiz do problema: o “yoga das células” que levou-a à descoberta de uma “mente
celular” capaz de reestruturar a natureza do corpo. De 1958 a 1973, ela
lentamente desvelou a “Grande Passagem” para a próxima espécie e um novo modo de
vida na Matéria. Esta é a Agenda (anotações). Em 1968 ela fundou Auroville, a poucas milhas de
Pondicherry, como um “laboratório para a nova evolução”.
Em 17 de novembro de 1973 A Mãe deixou o
corpo.