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CONDIÇÕES DE UMA SÍNTESE DO YOGA
A Síntese do Yoga, Introdução - Sri Aurobindo

A síntese que nós propomos não pode ser atingida por combinação em massa ou prática sucessiva. Uma indiscriminada combinação em bloco não seria uma síntese, mas uma confusão. Deve portanto ser efetuada pelo negar as formas e exterioridades das disciplinas yóguicas e apoiar-se, ao invés, em algum princípio central comum a todas, que incluirá e utilizará no lugar e proporção corretos seus princípios particulares, e em alguma força dinâmica central que é o segredo comum de seus métodos divergentes, e capaz de organizar uma seleção e combinação naturais de suas variadas energias e diferentes utilidades.

O todo da vida é o Yoga da Natureza. O Yoga que nós buscamos deve também ser uma ação integral da Natureza, e portanto a inteira diferença entre o Yogin e o homem natural será esta: que o Yogin busca substituir nele a ação integral da Natureza mais baixa atuando dentro e o ego e divisão, pela ação da Natureza mais alta e pelo Divino e unidade.

Por quê um yoga sintético? Se a meta é apenas escapar do mundo para o Divino, então a questão é encontrar o caminho mais curto. Se a meta é elevar o todo da existência, uma transformação de nosso ser integral em termos de uma existência divina, então a síntese é necessária.

O método que nós temos que procurar é colocar nosso inteiro ser consciente em relação e contato com o Divino e chamá-Lo para dentro de nós para transformar nosso inteiro ser Nele, de modo que, em certo sentido, o Divino, ele próprio, a Pessoa real em nós, torna-se tanto o sadhaka da sadhana quanto o Mestre do Yoga, pelo qual a personalidade mais baixa é usada como um centro de uma transfiguração divina e o instrumento de sua própria perfeição.

Em fato psicológico este método traduz-se em uma progressiva entrega do ego com seu inteiro campo e todos seus aparatos ao Além-ego com suas vastas e incalculáveis, mas sempre inevitáveis efetuações.

Três aspectos da ação do mais alto quanto trabalha integralmente na natureza mais baixa:

  1. Não age de acordo com um sistema e sucessão fixos como nos métodos especializados de Yoga, mas com uma espécie de livre, dispersa e ainda gradualmente intensiva e proposital atuação determinada pelo temperamento do indivíduo no qual ela opera. Nesse sentido, cada pessoa nesse caminho tem seu próprio método de Yoga. Mas existem certas linhas gerais de trabalho comuns a todos nós que nos capacita a construir não na verdade um sistema de rotinas, mas alguma espécie de Shastra ou método científico de um Yoga sintético.

  2. O processo, sendo integral, aceita nossa natureza tal como ela está organizada por nossa evolução passada e, sem rejeitar nada essencial, compele e sofre uma transformação divina. Tudo em nós é avaliado pelas mãos de um poderoso Artífice e transformado em uma clara imagem daquilo que agora busca confusamente se manifestar.

  3. O Poder divino em nós usa toda a vida como os meios desse Yoga integral. Cada experiência e contato exterior com nosso ambiente e mundo, seja insignificante, seja desastroso, é utilizada para o trabalho, e cada experiência interior, mesmo o mais repelente sofrimento ou a mais humilhante queda, torna-se um passo no caminho para a perfeição.

A vida toda é um Yoga da Natureza buscando manifestar Deus em si própria. O Yoga é um reunir e concentração dos movimentos dispersos e pobremente combinados da evolução mais baixa.

A perfeição inclui a perfeição da mente e corpo, de modo que os resultados mais altos do Raja Yoga e do Hatha Yoga devem ser contidos nessa fórmula mais ampla da síntese. Nós devemos incluir no escopo de nosso ser libertado e modos aperfeiçoados de atividades a vida material, nossa base, e a vida mental, nosso instrumento intermediário.